quinta-feira, 9 de junho de 2011

Madrid - Espanha

Tive dificuldade de pensar no que eu poderia escrever sobre Madri. Mas é engraçado como, mesmo estando totalmente atrasado com meus posts de viagens, muita coisa permanece como fortes lembranças. Viajei para lá a 6 meses atrás, o que é bastante tempo. Madri está longe de ser um dos lugares preferidos que viajei, posso dizer até que não gostei de lá, mas também sinto que é difícil delimitar onde isso se deve ao lugar, e onde se deve ao meu estado naquele momento. Sei reconhecer muitas coisas muito bacanas nessa cidade, o que posso facilmente citar aqui, mas por algum motivo não consegui gostar da cidade. Talvez vários motivos, ou talvez nenhum específico.
Madri é uma cidade bem cosmopolita (o que me atrai bastante), com bastante e diversificada vida cultural, os preços em geral são baixos, há bons museus e gente de tudo quanto é canto, além de ser tudo em espanhol, que é uma língua que me atrai bastante. Lá fui em um dos museus mais legais que achei (Museo del Prado) e no parque mais mais agradável que eu já estive (Parque del Retiro).

Museo del Prado

Exposição no Museu do Prado

Parque del Retiro

Parque del Retiro
Apesar disso tudo, no geral, algo não me deixou gostar de  lá. Talvez pelo clima dos primeiros dias, que estava péssimo. Ou talvez porque eu senti um forte resfriado logo quando eu cheguei. Ou pelo péssimo hostel que ficamos. Ou talvez porque haviam tantas coisas rodeando meus pensamentos naquele momento. Já faz muito tempo, mas ainda lembro como tinha meus pensamentos conturbados e carregados quase que a todo momento da viagem.
Acredito que durante muito tempo tenha sido difícil desprender de certos conflitos que marcaram meus últimos tempos no Brasil. Afinal, os conflitos estavam em mim, e não seria simples simplesmente colocá-los numa gaveta e ir passear enquanto tudo se resolvesse. É engraçado como o nosso estado emocional influencia no quanto gostamos de algum lugar. E ao mesmo tempo, um bom lugar, que nos faça bem, pode também nos fazer ficar melhor em relação a algum problema. Mas é engraçado também como é complicado delimitar até que ponto as más circunstâncias influenciam no nosso estado emocional, ou até que ponto nosso estado emocional atrai más circunstâncias. Realmente não sei qual foi o caso, e talvez também seja muito mais simples que isso. Talvez nem haja tanta filosofia assim.
O tempo estava ruim quando chegamos, o que fez a cidade ficar um pouco ainda mais feia na minha opinião. A cidade em geral, na minha opinião, parece São Paulo, o que é algo negativo para mim.

Palacio Real




O hostel parecia que não existia e ficamos realmente com medo de ter sido um golpe, já que nem cara de hostel ele tinha, e nem portaria tinha quando chegamos. Além do mais, foi o primeiro e único hostel que eu fiquei que não tinha locker nos quartos, o que é super tenso, considerando que você tem que deixar suas coisas lá desprotegidas, num quarto com outras pessoas que você nunca viu. 
Isso foi porque eu e meu amigo fomos reservar o hostel com duas semanas de antecedência como sempre faço (as vezes até mais), mas não sabíamos que ia ter um feriado importante da Espanha (O dia da constituição espanhola), e estava tudo lotado, e só tinha sobrado esse. Pra piorar a situação, ficamos em quartos separados, e eu fiquei em um quarto com 5 espanhóis que eram amigos entre si, e eu era o único "estranho". Resultado: chegando bêbados de noite eles davam trelas de rir e um dia até resolveram cutucar e chamar o "Brasileño" para fazer graça.
Enfim..para além disso tudo, tinha que fazer um "assignment" para enviar até meio dia do segundo dia que estávamos lá (a vida aqui não é só viagens não). Enquanto fazia, meu amigo foi ao Reina Sofia, portanto, as obras do picasso tiveram que ficar para a próxima vez que eu for a Madri (se houver).
Tendo colocado pontos tão positivos no início do post e muitos pontos negativos depois, continuo não sabendo o que pegou. A única coisa que consigo dizer, depois dessa viagem e de tantas outras, é que as viagens são feitas dos momentos, que envolvem desde os pequenos e mais simples detalhes, como uma situação, um sentimento ou uma pessoa, até os fatores mais objetivos, como o lugar em si e todo o básico que você espera que dê certo. Para além disso tudo, fica o prazer de ter experienciado tudo isso, e de ter conhecido um pouco de mais uma cidade e de uma cultura.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Barcelona - Espanha

Barcelona está entre as três cidades que eu mais gostei. É uma cidade linda e parece que tem de tudo lá. Gostei muito da atmosfera da cidade, gostei do transporte, da língua, gostei do atendimento nos lugares, da comida, dos preços das coisas, etc.
A cidade conta com um bom sistema de transporte como quase todo canto da Europa. Também é fácil transitar da e para as cidades do entorno de Barcelona, o que também descobri, já que fiquei na casa de um amigo brasileiro em Cerdanyola del Valles.
A língua por lá é o Catalão, a qual eu nunca tinha nem ouvido como era. Mas dá pra se comunicar em espanhol facilmente, já que quase todo mundo lá fala as duas línguas.
As pessoas nos estabelecimentos são receptivas e agradáveis, o que foi bem diferente da minha experiência na Itália e na França.
A comida aparentemente é boa, apesar de não ter provado muitas coisas típicas. Acabei ficando mais nos fast-food mesmo e jantar (bem brasileiro) na casa de meu amigo.
Os preços das coisas também é tranquilo, apesar de ser bem mais caro que Madri por exemplo (próximo post).

Lá visitei a igreja mais legal que já vi, a Sagrada Família, arquitetada pelo Gaudi, e que está em processo de construção há muitos anos. A igreja é bem diferente de todas que eu vi pela Europa, o que é algo bem interessante, já que, depois de algum tempo, as igrejas européias se parecem todas as mesmas. Eu fiquei realmente admirado com a arquitetura dela, e com a riqueza de detalhes. Por dentro também é bem peculiar, até valeu a pena os 10 euros (ai).

Sagrada Familia
Dentro da Sagrada Familia

Dentro da Sagrada Familia

Sagrada Familia

Há também o Parque Guell, enorme e peculiar, com construções (arquitetadas pelo Guell) bem diferentes do que estamos acostumados a ver..Como adoro essas coisas diferentes, tive muito o que gostar em Barcelona mesmo. O parque é um charme, e o dia estava muito bonito, o que contribuiu para que eu gostasse ainda mais.

Parque Guell

Parque guell

Barcelona também tem um porto e praia muito legais. Os dias estavam lindos quando estava lá, o que contribuiu muito mesmo. Apesar de estar um tempo bonito, estava um tanto quanto frio, sinais do inverno por vir. Na Holanda, na data que eu fui pra Espanha, estava em sua primeira grande nevada do ano. Por lá não tinha neve e nem era tão frio, mas fez um tanto suficiente para que ninguém ousasse entrar no mar.

Porto de Barcelona
Praia de Barcelona e o pôr-do-Sol

Monumento na praia de Barcelona
Além de tudo isso, tem muitas opções do que fazer â noite, com muitas festas e baladas de todos os tipos. Deu pra ver um cenário muito diversificado por lá na vida noturna. Viajei para Barcelona com um amigo brasileiro que também mora em Leiden. Nós andamos de lugares em lugares por lá. Mais uma peculiaridade é que a vida noturna começava depois da meia noite, e parecia ir até depois das 6 ou 7, pelo menos no Sábado.
Não mencionei a Rambla (especialmente para compras), uma rua com muitas lojas e barracas vendendo coisas das mais variadas. Naquele momento estava com decoração de Natal e os preços das coisas por lá, mesmo sendo a rua comercial principal, eram bem em conta. E também o mirante, onde dá pra ver toda a cidade, e muito mais que essa cidade tem a oferecer.
É uma cidade muito cosmopolita, com coisas de tudo quanto é tipo e pessoas de tudo quanto é cultura. Parece até que estou fazendo propaganda hehehe, mas me senti realmente muito bem por lá. Vale a pena demais essa cidade, e espero voltar um dia.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Paris - França

Voltando aos posts sobre viagem, já são muitas para postar aqui. Os outros posts que fiz ficaram muito descritivos, então vou tentar fazer um pouco diferente dessa vez.
Vou escrever sobre a viagem como um todo, minhas impressões finais, ao invés de narrar. Fui a Paris há muito tempo atrás, em Novembro, ainda era outono.
Estar em Paris é como estar num mundo muito imaginado. É incrível como aquela cidade tem fama, cada ponto turístico é extremamente famoso, o valor atribuído a cada ponto vai muito além do lugar ou do monumento em si.
O que quero dizer é que cada ponto é o tipo de coisa que você não sabe bem o que significa aquilo e nem porque está ali, mas é impressionante, e todo mundo fica impressionado por estar ali e por ver aquilo, porque as pessoas passaram a vida inteira vendo aquilo em livros, filmes e outros meios.
Nomes como Arco do Triunfo (arc de triomphe), Moulin Rouge, Louvre, Jardim de Luxemburgo, Catedral de Notre Dame, Versalles, etc, e é claro..a suprema Torre Eiffel, o monumento mais famoso do mundo.
A questão é que Paris, com sua história, a cidade das luzes, do glamour e da língua refinada, faz o turismo se valer por si só, independente do que se vai encontrar e ver lá, é algo como que, estar lá já está valendo.
É algo como pensar o valor atribuído a produtos e marcas, que passa a se valer por si só, independente do que é vendido ou de que produto se trata.
Ou seja, Paris é uma cidade muito linda e encantadora. Mas isso já se sabia antes mesmo de chegar lá. Não sei se me fiz entender.
Tiramos o primeiro dia para um tour geral, conhecemos a Sacre Coeur, andamos pelas redondezas, vimos o Moulin rouge, o bar da Amelie Poulain, a Catedral de Notre Dame e o Jardim de Luxemburgo, e a Torre Eiffel. O dia esstava incrivelmente lindo. Como já era Outono, muita coisa estava meio morta, mas não perdeu a beleza, como o Jardim de Luxemburgo. 

Sacre Coeur

Moulin Rouge

Café da Amelie Poulain

Catedral de Notre Dame

Jardim de Luxemburgo

Torre Eiffel
O segundo dia tiramos para Versalles, que era meio longe. O lugar era ótimo, com uma mistura de bons museus e lindas paisagens, com parques e lagos. No segundo dia, o frio estava bastante, eram os sinais do inverno chegando. Acredito que estava um pouco mais frio do que na Holanda naquele momento.

Versalles (entrada)

O terceiro dia tiramos para o Louvre. Conseguimos ver tudo que queríamos, apesar de que o Louvre dá pra ficar uns três dias inteiros se quiser ver tudo mesmo. É um museu muito interessante mesmo, e tem de tudo para se ver. Um bom exemplo do super valor que é atribuído às coisas é a famosíssima Mona Lisa. Um quadro super sem graça, mas sua sessão concentra a maior parte dos turistas no Louvre. A sala fica lotada o tempo todo. Nesse dia, demos uma passadinha também no arco do triunfo, que não tínhamos visto ainda.

Arco do Triunfo

Louvre

Mona Lisa

Em geral, o povo não é muito delicado para falar inglês com os turistas, por sorte conhecíamos pessoas lá, o que ajudou muito. Ficamos hospedados na casa deles, o que foi muito bom. De comer, em Paris, o melhor foi o crepe. Realmente muito bom.
Achei três dias o suficiente para Paris, apesar de já ter ouvido muita gente falar que precisa de uma semana. Acho que depende da forma como é o turismo pra você, e do quanto você quer ver e sentir a cidade. Isso depende de cada um.
Tentei fazer um post mais resumido, ainda faltam muitas viagens pra postar aqui. Até a próxima.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

E o tempo passa...

Mais de um mês se passou desde o meu último post. Mais do que isso, quase seis meses já se foram desde que estou aqui na Holanda. Às vezes esse tempo passando, tão rápido, me assusta. Ao mesmo tempo olho para trás e vejo quanta coisa já foi vivida, em quanto chão eu já andei, quantos lugares lindos eu visitei, quanta coisa eu aprendi.
O tempo passa rasgando, sem dó, mostrando que o que ficou pra trás não volta mais.. O tempo se encarrega de anestesiar algumas feridas e adormecer certos sentimentos. Mas ele também mostra que algumas coisas não mudam facilmente..
Como pensar num tempo bem aproveitado, bem vivido? Me dá a impressão de que sempre vamos ficar com a sensação de que as coisas poderiam ter sido diferentes e o tempo melhor aproveitado. E é enlouquecedor..se dar conta disso tudo, uma vez que o tempo não pára nem para que você pense sobre tudo isso.
Talvez o erro esteja em olhar para trás dessa forma. Talvez as coisas aconteceram mesmo como deveria ter acontecido..por que não? =)
O tempo se encarrega também de mostrar o que vale mesmo a pena, e o que é melhor ser deixado de lado. Talvez não por indiferença ou porque não é importante, mas sim porque é um processo natural de reconhecimento do que te faz mal e bem, do que se consegue suportar ou não, e o reconhecimento de que a vida chama para ser vivida, e de que o tempo nem sempre pára para que as coisas se ajeitem e para que certas angústias sejam assimiladas.
Algumas coisas não estão a seu alcance, e outras só cabem a você..por isso não se deve mesmo responsabilizar os outros por suas atitudes e principalmente por seus sentimentos. Estes são o que você tem de mais seu..e por mais que os outros possam ferír seus sentimentos ou, em contrapartida, alimentá-lo, é só você quem vai mesmo lidar com eles.
Quando penso nos sentimentos, presentes e passados, penso quanta coisa perdeu a importância e quanta coisa passou a ser relevante. O tempo se encarrega de todas essas transformações, por mais doloridas que sejam. Às vezes há sentimentos que, por algum motivo, não te fazem bem, mas mesmo assim, ver esses sentimentos morrerem é um processo doloroso. Entretanto, necessário para que se possa prosseguir.
O tempo mostra também quem não se importa tanto com você, e quem realmente se importa. As primeiras esfriam e somem com o tempo..as segundas te mostram que o tempo pode e vai passar, mas que há histórias e lembranças em comum, construídas ao longo dele, e que elas são dignas de ser lembradas, revividas e reconstruídas.

O tempo passa..e não deixa de ser assustador. Ao mesmo tempo..é o que tem de mais fascinante, de transformador, e de prova de que tanto se viveu e tanto ainda há para se viver...

domingo, 26 de dezembro de 2010

A simplicidade

Quando penso no que gosto e nas coisas que me fazem feliz me dou conta do quanto as coisas simples são boas.
Como definir o que é simples? Talvez seja dificil. Mas talvez a tentativa de definir já tornam as coisas mais complicadas. Com o tempo vamos descobrindo que o que torna as coisas simples tão fascinantes é o fato de não ser possível definí-las totalmente.
Um momento, um lugar, uma pessoa, um sentimento, um gosto, um cheiro, uma idéia, uma lembrança, um gesto.

Um dia bonito, ouvir uma música boa, sair correndo, comer besteira, olhar para o céu, receber um sorriso, tomar sorvete, andar de bicicleta, ter uma idéia, assistir um filme debaixo das cobertas, comendo chocolate  com coca-cola, receber um elogio, acolher uma crítica, pisar na grama, tomar um banho quente, encontrar algo perdido, aprender algo, conhecer alguém legal, lembrar de alguém especial, dançar, sentir um alívio depois de uma situação ruim, um abraço apertado, cozinhar, dormir mais 5 minutos (ou 10, 15, 20...), dar trela de rir, tirar uma nota boa, descobrir uma música que há tempo procurava, comer pizza, jogar videogame ou outros jogos com os amigos, aprender um novo passo, conseguir dizer uma palavra em outra língua, tocar violão, assistir um teatro, olhar as coisas por outro ângulo, sentir alívio, ficar sem fazer nada, acordar na hora, se recuperar de uma doença, abrir um pacote de presente, fazer as pazes, beijar a pessoa desejada, fazer amor, acordar com uma voz, poder dormir de novo, receber uma mensagem no celular, comer melancia, beber um bom drink, ser aceito como é, ver um amanhecer ou pôr do sol, sonhar, acreditar nos sonhos, ver a neve pela primeira vez, comer amoras ou acerola no pé, tomar um banho de cachoeira, atingir uma meta, rever fotos antigas, se dar conta de uma grande mudança, descobrir que algo não era tão ruim quanto se pensava, achar uma solução..

São tantas coisas, e não é fácil. É difícil ser simples. Precisa-se de muita disposição interna para conseguir perceber as coisas simples e ser feliz com elas.

"A felicidade é um sentimento simples; você pode encontrá-la e deixá-la ir embora, por não perceber a sua simplicidade." Mário Quintana

Um dos vídeos da minha vida, e o qual mais me inspirou se chama AnyoneAnything. Na minha opinião, o vídeo é de uma sensibilidade e simplicidade que não tem tamanho. Remetendo à pergunta inicial do vídeo: como definir um momento? 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O inverno e o Natal

O inverno chegou por aqui. Já está nevando desde o mês passado. Não neva direto, a neve vem, fica uma semana e vai embora, depois vem de novo. Quando tá nevando é lindo, mas depois que a neve vai embora as ruas ficam uma nojeira, e ainda ficam escorregadias. A temperatura já chegou a -8, mas costuma ficar em torno dos -2. Parece que foi um dos anos que nevou mais cedo nos últimos tempos. 
Quanto ao Natal, este é o meu primeiro longe da família..ao mesmo tempo, um típico natal de filme, com bastante neve lá fora, árvores de natal coloridas e esbranquiçadas de neve, coros de natal pelas ruas. O feriado de Natal não é tão comemorado na Holanda. Aqui, comemora-se mais o Sintarklaas (quase um papai noel), que é no começo de dezembro. Mas também, os que comemoram o Natal, geralmente o fazem no dia 25 ou 26.
Apesar de ser apenas uma data comercial, nessa época, o sentimento de saudade aumenta bastante e às vezes, nos pegamos mais sensíveis. Deve ser o grande clima natalino que acaba nos contagiando. Em todo o caso, gostaria de desejar um Feliz Natal a todos os que, de alguma forma, fazem parte da minha vida. A todos os quais eu sinto tamanha saudade e os quais eu gostaria de dar um grande abraço nesse dia. Que vocês aproveitem bastante essa noite com as pessoas queridas, e comam muito também.
Abaixo, algumas fotos do cenário de Leiden, no início do inverno. =) Essa cidade me encanta a cada dia..

Árvore de Natal esbranquiçada
redondezas de onde eu moro
Beestermarkt

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sobre decisões e indecisões

Para uns mais, para outros menos, mas (in)decisões não são nada fáceis de lidar.
Talvez porque temos medo de escolher a opção errada, porque pensamos que a probabilidade de escolhermos a certa será no máximo 50% (ou menos ainda, se envolver mais de duas opções), ou mesmo porque sentimos que nunca saberemos ao certo se fizemos certo ou não.
Talvez não exista uma decisão que seja mesmo correta. Então deveríamos escolher o que mais se aproximar do que buscamos. Ou talvez não devemos pensar muito nas escolhas, e nos deixar levar pelo destino.
Mas não escolher já em si uma escolha. Não escolher é indecisão, ou também pode ser uma decisão.
Como é complicado. E pode ser enlouquecedor lidar com isso. 
As vezes devemos simplesmente deixar nossos sentimentos falarem mais alto e escolher com base neles.  Mas podemos nos machucar muito mais depois, como também podemos ficar extremamente bem.
Deixar a razão falar mais alto pode ser algo inteligente, mas também ignorante, se não levarmos em conta os desejos da alma e do coração.
Tentar unir razão e emoção nas escolhas pode parecer o mais acertado, mas pode ser ainda mais difícil. Já é difícil acalmar os pensamentos racionais e acolher os sentimentos, quanto mais unir os dois.
Agir por impulso pode fazer com que se aproveite muitas oportunidades que passam por nossa vida, mas pode ser bastante perigoso e trazer muitas consequencias futuras.
Assim como pensar demais pode fazer com que se perca boas oportunidades. Pensar demais sobre o que decidir acaba estagnando o processo, e fazendo com que não se saia do lugar.
jogar um dado? Quem sabe..Pode facilitar as coisas..mas isso significa deixar seu caminho nas mãos de um acaso..
Rezar..Colocar nas mãos de Deus..Consultar os gurus..jogar pra cima e ver qual cai dentro do círculo..jogar a decisão para outra pessoa.. Atentar-se aos sinais..tirar as cartas..seguir um sonho..
São tantos caminhos..Cada um escolhe um jeito..mas quem diz o que é certo..
É angustiante, aflitivo, meche com o perfeccionismo, com a sorte e o azar..
Não dá pra abraçar tudo..e é difícil aceitar isso totalmente quando se quer o melhor..

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva ou não se tem sol,
ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Cecília Meireles


Talvez conseguiremos entender melhor um dia..
ou jamais compreenderemos..