domingo, 24 de outubro de 2010

Bruxelas - Bélgica

A minha primeira viagem para fora da Holanda foi para Bélgica. É o país mais perto e mais acessível daqui. Há trens a toda hora, o preço não é caro, e não são nem três horas de viagem. Além disso, tenho uma amiga brasileira lá, e foi muito bom revê-la, além de que fui hospedado por ela e tive momentos muito bons por lá. Quando temos algum conhecido no lugar de destino é bom não somente pela hospedagem, mas porque temos uma compania que conhece o local melhor e tudo passa a ser bem mais tranquilo e divertido. Para lá, viajei sozinho, inclusive passei o primeiro dia andando sozinho por lá. Tentei chamar algumas pessoas para irem comigo, mas o difícil dessa história, é que cada um tem horários diferentes e as vezes fica bem difícil conciliar. Mas foi tudo muito bom.
Fiquei tenso, com medo de pegar o trem errado, porque aqui, como eu já disse anteriormente, é "Do it Yourself". Eu havia imprimido um papel com o nome do trem e o numero da plataforma em que eu deveria pegá-lo, mas chegando lá eu resolvi perguntar para diferentes funcionários, só para confirmar, e tive 4 informações diferentes da do papel. oO Perguntei para a atendente do balcão, para o serviço de informação, para um funcionário na plataforma e para uma pessoa que estava esperando um trem. Cada um falou uma coisa diferente e eu resolvi confiar no papel. Inclusive uma delas falou que o trem que constava no papel não ia passar mais. Mas enfim..ainda bem que confiei nele, e deu tudo certo.
A viagem de trem foi bem tranquila. Dormi parte dela, já que não tinha dormido bem na noite anterior. O trem era de boa, e sinceramente, até agora acredito que seja a melhor forma de viajar. Infelizmente é a forma mais cara também, o que dificulta as vezes.

No trem

Chegando lá já senti um pouco de dificuldades com a língua. A Bélgica é uma cidade bilíngue. Tudo lá é traduzido para o francês e para o holandês.

Francês e Holandês na estação central
Entretando, pouca gente fala inglês, mais o povo jovem. Para comprar o ticket de metro, o cara achou ruim eu falar em inglês, e foi bem grosso. Para pedir informação também foi meio complicado.
Logo de cara, ao sair da estação, havia um monte de ônibus oferecendo Tour pelo centro da cidade. Inclusive o cara falava português e me deu um mapinha do tour e tentou me convencer a participar. Disse que de meia em meia hora saía um, e o tour durava uma hora e meia. Peguei o mapinha, e fui ver os lugares a pé mesmo. Estava com tempo, e não compensaria pagar pelo tour, sendo que era tudo perto dali.
Primeiro ponto era a Kathedraal. Uma catedral onde todo mundo estava tirando fotos.

Kathedraal

Uma coisa muito legal da Bélgica é a arquitetura. Prédios esguios e longos são bem característicos. Uma coisa engraçada é que, diferente da Holanda, onde a arquitetura é toda estilo antigo, lá você vê uma construção antiga do lado de uma moderna. Dá a sensação de uma grande desordem.

Parlamento Federal

Depois fui para o Parlamento Federal (foto acima). O lugar era até bonito. Lá conheci uma belga bem gente boa que me deu algumas informações sobre a cidade. Depois, fui andando para o Palais Royal (francês) ou Koninklijk Paleis (Holandês) (foto abaixo).

Koninklijk Paleis / Palais Royal

Depois, fui andando em direção ao próximo ponto, observando as construções, monumentos e praças da cidade. Bem bonitos por sinal.






Nesse dia, passei um apuro. Enquanto andava pela cidade, resolvi desligar o meu celular pra não correr o risco de ficar sem bateria, já que precisaria do celular para ligar pra minha amiga às 16 horas. Quando fui ligar o celular, pediu o código PIN. oO Eu nunca havia usado aquele código PIN, e não fazia a mínima idéia de qual número seria. Fiz algumas tentativas como 0000 ou 1234 e acabei bloqueando o chip. Tava tudo danado. A minha amiga havia me dito o metrô e depois o ônibus que eu deveria pegar até a casa dela. Mas ficou de eu ligar pra ela pra confirmar e pra ela me explicar direitinho e como faria quando chegasse lá. Ou seja, tava fudido. Mas resolvi ir e ver o que que dava.
Pra complicar ainda mais, haviam duas estações com o mesmo nome. Arrisquei uma delas, e ainda bem que era a certa. O murphy devia estar de férias. Quando cheguei no local vi que era o campus da Universidade Erasmus Hogeschool Brussel. Lá perguntei pelo alojamento e algumas pessoas me indicaram. chegando lá, encontrei um brasileiro que havia conhecido no aeroporto, e ele me levou ao quarto da minha amiga, que ficou surpresa em me ver lá sem ter ligado. No fim, então, deu tudo certo. =D
Lá, haviam vários brasileiros, inclusive da UFG. De noite, estava bem cansado, mas terminamos a noite bebendo sangria e assistindo vídeos na internet.
No outro dia, seria o Orientation Day da universidade. Achei bem legal pegar esse dia, pois teve vários eventos e deu pra conhecer muito da cidade pela perspectiva dos estudantes de lá.

Orientation Day - Erasmus Hogeschool Brussel

Teve palestras sobre a cidade e sobre a universidade. Depois, teve um mega almoço. Nem deu pra comer tudo que tinha.

Intervalo

Almoço europeu

Depois, teve um tour pela cidade. Primeiramente, visitamos o Palácio da Justiça, e depois fomos em direção ao Grand Place. No caminho, fui observando as ruas, as pessoas e a cidade como um todo.




No caminho, iam tendo algumas provas. Paramos num bar para respondermos um Quiz sobre a cidade.
Chegando no Grand Place, o lugar era incrível, era uma praça com todas as construções muito bonitas. E estava tendo um show também (não sei de quem).

Grand Place

Grand Place

Grand Place

Grand Place

Grand Place

Grand Place

Show no Grand Place


Lá, teve outra prova: passar batom e pedir um beijo para as pessoas na rua. Eu não participei dessa, tava meio tímido hahahah mas fiquei rindo e tirando fotos das pessoas. Inclusive, gravei um vídeo.





Depois disso, fomos ao Manequin Piss. Esse é um monumento famoso na cidade. É uma estátua de um menininho fazendo xixi. Eu achei super sem graça, mas é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade. E cada vez o menino está vestido de um jeito.

Mannekin Piss


Lá, tivemos outra prova. Entrar na foto dos turistas que estavam lá. E ainda tínhamos que tirar uma foto da foto. Quem tirasse mais fotos bem sucedidas junto com os desconhecidos, ganhava.

Alguns alunos da EHB entrando na foto alheia

Depois disso, tivemos outra prova, em outro lugar. A prova era ganharmos 13 euros, seja lá como for. Cada grupo tinha que inventar uma forma de ganhar dinheiro na rua. Sem saber o que fazer, começamos a dançar salsa no meio da rua. Mas ganhamos apenas 5 euros hauehuhw.

Depois de acabado o tour. Fomos para um bar, onde ganhamos bebidas. Na bélgica, tem vários tipos de cerveja. Tem de tudo quanto é sabor e das mais fracas até as mais fortes. Depois disso, teve uma festa de encerramento, que foi meio sem graça, mas deu pra dançar um pouco e conhecer muita gente.
No outro dia, fomos ao Atomium. A "Torre Eiffel" da Bélgica. O monumento é enorme e consiste em uma representação, ampliada em 165 bilhões de vezes, do átomo de ferro.

Atomium

Atomium visto de baixo


Atomium


O Atomium é realmente interessante e muito bonito de se ver. De noite parece que as bolas ficam iluminadas. Eu não tive oportunidade de ver, mas parece ser muito bonito. Uma cena interessante que eu vi, foi um casal recém casados (bota recém casados nisso) nos arredores do Atomium.

Recém casados


Por fim, fomos à Mini-Europe. É um lugar onde se encontram miniaturas dos principais monumentos europeus. As miniaturas são bem fiéis aos originais, foi um passeio legal.

Mini-Europe

Mini Big Ben

Mini Torre Eiffel

Mini tourada espanhola

Mini Budapeste

Mini Athenas

Depois disso, encontrei com uma amiga que está morando aqui na Holanda também, e voltamos juntos no trem. A viagem foi curta, mas foram momentos muitos legais que passei na Bélgica. Grato aos dias que passei lá e à Gleidna também, minha amiga de lá,  por ter me proporcionado momentos tão bacanas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Sobre a vida universitária em Leiden

Leiden é uma cidade pacata. Apesar de ter festa de segunda a segunda, é uma cidade, onde quase tudo fecha às 17 horas. Nos bares, que não sao tantos, dificilmente se entra após a 1 hora da manhã. Muitas vezes rola uma festinha em alguma casa ou algum complexo estudantil, uma vez que estudantes aqui é o que não faltam. A galera internacional principalmente, sempre tem algo organizado para os estudantes internacionais. Mas fora isso é uma cidade tranquila até demais, com as bicicletas barulhentas circulando e os mesmos cenários. Como uma típica cidade de interior, se quiser encontrar alguém é só sair para dar uma volta pelo centro.
A faculdade é bem diferente do Brasil. Horas de aula não são muitas, tem que estudar mais por conta, em casa. Muitas tarefas pra fazer, os chamados "assigments", muitas leituras e pouco acompanhamento. 
Um dos lemas da Holanda é o "Do it yourself". Talvez já tenha citado isso anteriormente. Aqui você não pode esperar muito que façam as coisas por você. Um bom exemplo, é a fotocopiadora, que você mesmo opera. Todo o conteúdo é ministrado através do "blackboard", uma rede na internet no qual se acompanha tudo que há para ser acompanhado sobre as matérias. Se ocorrer alguma mudança em alguma aula ou conteúdo, e você não ter visto, o problema é seu, pois deveria ter acompanhado no "blackboard".
Estudar em inglês não é fácil. Venho tendo dificuldades desde o início. Dificuldade que já vem de muito tempo pela falta de concentração, mas que tem sido maior aqui em se tratando de ter que estudar em outra língua. Fazer os trabalhos tomam grande parte do meu tempo. São horas para escrever umas poucas páginas.
No momento estou preocupado com uma prova que tenho semana que vem. Realmente minha dificuldade de estudar tem sigo grande. Espero que dê tudo certo, e que eu tenha boas notícias. =)

sábado, 2 de outubro de 2010

Introduction Days (Dias introdutórios) da Universidade de Leiden

Introduction days foram alguns dias de eventos promovidos pela universidade para os alunos internacionais conhecerem a universidade e a cidade. Foram dias bem legais, com direito a muita comida e bebidas, e muita festa. 
No primeiro dia tivemos uma palestra realizada pelo prefeito com dados e curiosidades a respeito da cidade. Depois tivemos palestras com algumas pessoas da universidade sobre a faculdade de ciências sociais e sobre cada curso. Depois reunimos o pessoal da psicologia, fizemos algumas "brincadeiras" para nos conhecermos e depois fizemos um tour pela cidade. Tudo foi orientado por mentores, alunos holandeses responsáveis por guiar a gente. Quanto às nossas mentoras, melhores impossíveis. =D Pessoas muito legais e que nos ajudaram e ajudam muito até hoje.

Faculdade de Ciências Sociais

No fim da tarde teve uma cerimonia de recepção, com um discurso feito pelo reitor e mais comes e bebes.

Reitor

Por fim, teve um pop quiz num bar. As pessoas se dividiam em grupos e tinham que responder varias perguntas. Bebemos pra caramba enquanto respondiamos, e a gente ainda ganhou. O premio foi mais bebidas.. oO deu pra encher a cara legal nesse dia..

Pop Quiz
Nossa mesa

No outro dia, logo cedo, teve um market, uma feira, com coisas baratas e depois fomos para o sport center, onde teve aulas experimentais de vários esportes, e comes e bebes. Depois, fomos todos para o Plexus, um lugar de convivencia dos alunos internacionais, e lá estava tendo uma festa, com bebidas e muita música. Lá dancei salsa e foi muito bom. =D 


Festa no Plexus (bandeiras do Brasil) 

Depois disso teve o Pub Crow, fizemos um tour pelos bares da cidade, guiados pelas mentoras, e cada bar que agente parava agente ganhava uma bebida. Foi uma das coisas mais legais desses dias.

Pub Crow

No outro dia teve a Introduction Party, uma festa de recepção dos alunos internacionais. Foi bem boa..tinham algumas doses e cerveja for free e a festa deu muita gente. Destaque para algumas músicas brasileiras que tocaram, como funk e a música bomba (como estamos importando cultura boa).


Uma coisa que eu registrei também foi dois holandeses dançando salsa. E dançaram bastante bem. =D


Uma coisa interessante que pude observar nesse dia é o quanto o pessoal em Leiden é conservador. Imaginava que o estereótipo de libertinos que os holandeses têm não devia ser tanto quanto se pensava, mas não pensei que era tão oposto. Essa imagem digamos que permaneceu um pouco durante os outros dias. Claro que muita coisa não é bem assim, mas no geral é a impressão que ainda tenho.
Por estar bem a frente do tempo dos meus relatos, as vezes algumas impressões já não são as mesmas. Introduction Days, por exemplo, aconteceu no comecinho de setembro. Obviamente aconteceram muito mais coisas do que as que expus aqui, mas vou tentando dar uma resumida para ver se chego nos dias atuais. E aí os relatos ficarão mais recentes e coerentes com os fatos e com as emoções vivenciadas.
Grato a todos que têm acompanhado o blog =D

domingo, 26 de setembro de 2010

Amsterdam

Amsterdam é uma cidade muito peculiar. A primeira impressão é de uma cidade um tanto quanto "Busy". Não achei uma expressão em português tão boa para descrever, busy traduzindo-se literalmente significa ocupada, mas acho que quero dizer que é um tanto quanto agitada. Ao mesmo tempo que tem um ar rústico, de cidade pacata, com seus lindos canais e barquinhos atravessando-os, é uma cidade onde parece que tudo acontece.
Para começar, as ruas principais são dividas nos espaços para passar os carros, nos trilhos do tram, nas ciclovias, nos canais onde passam barcos, e nos locais para os ônibus.

Trilhos do tram à esquerda, calçada para pedrestres no meio, estrada para carros adiante, ciclovia à direita, barcos nos canais e ônibus do outro lado.

As construções são bem estreitas e grudadas umas nas outras. Dá a sensação de aproveitamento de espaço. Geralmente são no estilo antigo, e diga-se de passagem, as casas e estabelecimentos são muito bonitos. Não há prédios grandes, geralmente se vê no máximo de 4 andares.

Prédios pequenos e grudados

Um dos pontos interessantes é que a cidade parece não dormir. Pelo menos nos fins de semanas (que é quando eu visitei Amsterdam) é possível encontrar algumas lojas fechando só às 2 da manhã, e há um grande movimento nas ruas em qualquer horário da madrugada. Lá pelas 5 horas, as pessoas parecem começar a irem para suas casas, mas outras já começam a acordar para suas rotinas diárias. Ou seja, a vida noturna é bastante badalada, e com muitas opções por toda a cidade.

Leidsplein

Amsterdam Centraal
Na cidade há vários cafés. Geralmente são pequenos, mas bem ajeitados. Há algumas ruas que possuem vários em sequência, e você pode sair de um e entrar no outro caso algum em específico não te agrade.

Reimbrantsplein
A cidade é quase que metade ocupada por estrangeiros. É uma cidade bastante internacional. Nas ruas é difícil dizer um tipo de pessoa típica de lá, já que se encontra várias etnias por lá. Também se escuta diversas línguas por onde se passa. Já vimos vários brasileiros andando por lá. Enfim, é realmente uma cidade muito interessante pela diversidade cultural.
A respeito da fama de liberal que a cidade tem, pelo menos eu percebi que maior parte dessa fama toda é feita pelos estrangeiros, e não pelos próprios holandeses. Por algumas experiências que tive percebi que as pessoas holandesas mesmo são mais conservadoras. E mesmo assim, nem tudo é como as pessoas pensam. Para começar, não é permitido fumar maconha em qualquer lugar. Algumas pessoas fazem isso, mas isso é como fazem em qualquer lugar do mundo, mas não é legalizado por aqui também. O que é legalizado é fumar nos coffee shops, tipo bares específicos para isso, onde tem até cardápio com os diferentes tipos e sabores de maconha que você pode escolher. Geralmente não é muito barato, e você só pode consumir até 5 gramas.
Sobre a famosa Red Light Street, é realmente muito interessante conferir. Há várias garotas nas vitrines nas mais diversas situações. Chamo a atenção para três que foram bem inusitadas. Uma estava falando no celular e enrolando o cabelo, sentada na cadeira, e com as pernas pra cima, sobre a mesa. Outra estava lavando louças, e fez cara de sexy pra gente enquanto lavava. Uma outra já foi abrindo a porta (eletrônica) pra gente com um botão para que entrássemos. 
No geral prefiro Leiden para morar pela tranquilidade e pela maior beleza da cidade (na minha opinião). Mas Amsterdam é realmente uma cidade incrível, e muito boa para passear e passar algumas noites a fora (ou a dentro). É realmente uma cidade peculiar e indispensável para quem vem conhecer a Europa.

I amsterdam

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Os primeiros dias em Leiden

Logo cedo peguei o tram para a estação de Amsterdam e depois o trem pra Leiden. Minhas mãos já estavam quase dando calo de tanto carregar as malas. Não via a hora de entrar no meu quarto logo. Cheguei no visitor center, assinei umas papeladas, e enfim peguei a chave \o/
Peguei um ônibus para casa. Aqui, ao contrário da onde eu vim, os ônibus são muito organizados, pontuais e tranquilos de andar. Só são um pouco caros. Transporte em geral aqui é bem carinho, especialmente trens e trams.
Quando cheguei nem acreditei. O lugar que eu ia morar nunca me pareceu tão bonito. Aqui é um grande complexo de estudantes com 16 blocos, cada um com 8 casas, e cada casa com 4 quartos. Ou seja, mais de 500 estudantes, e grande parte deles internacionais. Pra falar a verdade, não gosto muito daqui, ainda mais por ser meio longe, mas naquela ocasião, com o cansaço que eu estava, pareceu que era o melhor lugar do mundo.

Redondezas de onde eu moro - lugar bem tranquilo - ponto de ônibus


Quando cheguei, comecei a arrumar  minhas coisas e uma das minhas colegas de casa bateu na minha porta. Se apresentou pra mim e me deu as boas vindas, ela é chinesa, e muito simpática. Me chamou pra almoçar, comida chinesa heheh Tava bom até. ^^
Tinha também meu outro colega, da Bulgária, que apareceu um pouco depois comendo batatas. Dou ênfase nas batatas porque até agora, em quase um mês, não vi ele comer outra coisa. No outro quarto ainda não tinha ninguém, a pessoa ia chegar depois.
Agradeci pelo almoço e fui terminar de arrumar minhas coisas. Depois de me instalar fui dar uma volta pelo centro da cidade. Conhecer as coisas, comprar algumas, e respirar o ar da cidade. Tirei os três primeiros dias para isso. 
O primeiro susto que levei foi ver coisas em holandês para tudo quanto é lado. Em amsterdam é um pouco diferente, muitas coisas na rua têm tradução em inglês também, mas aqui não é tão assim. O mais engraçado é que você ouve todo mundo falando holandês, mas se você chega e fala "Hello" ou "Excuse me" tudo se transforma, como uma tecla SAP, e de repente a pessoa começa a falar um inglês fluente com você. E o mais incrível é que quase que 100% das pessoas são assim. Com o tempo fui descobrindo algumas exceções, mas no geral, as pessoas falam inglês muito bem, pelo menos bem melhor do que eu falo.
Ainda não sei direito como isso acontece, mas aqui na holanda muitas pessoas falam três ou mais línguas. Pelo que tenho visto, as pessoas aprendem na escola mesmo. Por tudo que eu já ouvi, acho que posso falar que o sistema educacional aqui é muito bom, o que não é novidade.
Ir no supermercado foi o mais engraçado. Tudo em holandês. Eu tinha que virar pra pessoa que estivesse do lado e perguntar o que era aquilo, e a pessoa me explicava. Foi engraçado uma vez que uma tentou me explicar qual era o sabor do macarrão instantâneo. Confesso que até agora não sei, mas até que era gostoso. Teve uma também que eu pedi pra me explicar o tipo do shampoo. Outra coisa que achei bom, é que as coisas no supermercado não são tão caras quanto a maioria das coisas por aqui. Consegui comprar macarrão e extrato de tomate, 6 caixinhas de "Toddynho" (heheh), 1 pacote de biscoitos, 10 caixinhas de suco de maçã, um shampoo e doze rolos de papel higiênico por 7 euros. Depois, ainda acabei descobrindo que eu tinha ido era num dos mais caros supermercados.
Nesses primeiros dias, vi o quanto que, apesar de tudo estar sendo lindo, seria também difícil de me adaptar. Hoje acho que não foi tão difícil assim, mas o ruim é que aqui eu vou ser sempre estrangeiro, só de chegar falando inglês todos já sabem que você não é daqui, e nem que eu estude holandês o ano inteiro vou saber falar bem em um ano.
Uma coisa que me chamou a atenção também, foi ver uma diversidade grande de pessoas. É claro que a maioria são brancos, grandes, loiros e olhos azuis, mas há muitas pessoas de vários tipos e de vários lugares diferentes. 
Acho que já nesses dias comecei a me apaixonar pela cidade. O clima me agradava muito, e a cidade é um charme. Naquele momento parecia ser muito gostosa de se viver, o que só veio a se confirmar mais tarde.

Moinho próximo à estação central